quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Hoje penso sobre: Deus.

Hoje me inspirei ao discutir com meus pais sobre religião, então criei esse blog (mais um de muitos que já fiz, mas os quais não levei adiante).

Agora à noite, fui pegar um Nescau na geladeira, enquanto meu pai e minha mãe preparavam o jantar, logo ao lado. Minha mãe puxou conversa, dizendo que contou ao meu pai sobre minha decisão de tentar o vestibular da Unicamp e, não sei como, começou o assunto "Deus".
Minha mãe disse algo sobre eu ter que ter fé em Deus pra passar, algo assim, e eu respondi que tenho fé apenas em mim, porque só eu posso passar no vestibular (Deus não vai fazer isso por mim). Do nada, meu pai virou com a cara mais ameaçadora EVER e disse: "então quer dizer que você não acredita em Deus?!".

Bom, eu não acredito em Deus. Não da forma "convencional", pelo menos.

Lembro de um artigo que li em alguma época remota da minha vida, que explicava a visão de Freud sobre Deus (não sei se era isso mesmo, mas foi o que entendi): lá, dizia que ele acreditava que nós havíamos criado o todo poderoso, e não o contrário. É uma forma que achamos de nos manter confortáveis com as situações dificeis da vida; como uma "droga" do subconsciente que nos deixa mais tranquilos. É o que podemos chamar de fé, simplesmente.
Vi também, um dia desses, um documentário (era do Discovery Channel, se não me engano) que mostrava como certas partes do cérebro se ativam quando participamos de alguma manifestação ou ritual religioso, ou mesmo quando fazemos uma simples oração ou prece.
Basicamente, quando você acha que está "falando" com Deus, você está "falando" e encontrando consolo no seu cérebro, na verdade. E principalmente junto de outras pessoas na mesma situação, o que gera uma maior motivação e incentivo para que essa reação aconteça.

Deus, na minha visão e de acordo com meu conhecimento e experiência sobre tudo, é um mecanismo de defesa do organismo; uma "simples" reação química.

E não, eu não estou desprezando a fé.. na verdade, acho ela o máximo. É impressionante o modo como o corpo humano encara as mais diversas situações... Por isso, não ache que considero datas como o Círio e a Páscoa uma besteira religiosa. Acho fascinante a forma como as pessoas são motivadas por isso. De verdade.

De vez em quando até me encontro "rezando" pra algo "superior", sabe? Mas não me considero "hipócrita", digamos assim. Penso que é algo natural, e até me deixo levar, porque faz bem. É uma defesa e uma tendência humana acreditar em algo "maior".

Imagine primatas ou homens da caverna louvando a água violenta de uma cachoeira: nós somos assim. Maximizamos o desconhecido, justamente por não conhecê-lo. Temos medo... até compreendê-lo.

A explicação sempre é simples, no final. Nós é que complicamos tudo (:



Dica:
Andei lendo algumas críticas sobre os livros do Richard Dawkins, um biológo que é ateu ultra-radical (parece que ele até queria processar o Papa), e me interessei bastante, apesar de não ser tãão radical como ele.
O autor fala basicamente de religião e Ciência, pelo que entendi, mas aparenta ter umas idéias e conceitos muito "singulares" sobre vários assuntos, de Deus (sempre!) à Teoria da Evolução.
Em "O Gene Egoísta", por exemplo, ele apresenta o gene como quem "comanda e busca perpetuar-se. Os organismos são máquinas de sobrevivência construídas pelos genes, num processo competitivo em busca da máquina mais eficaz". E por aí vai.
Achei bem legal, será minha próxima compra /o/

2 comentários:

  1. Quanto tempo né! Espero que você continue assim, um ser pensante! Me orgulho de ter sido sua professora ;-)
    Maíra

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  2. Primeiro, quero dizer que o texto é ótimo! Lorena, tu expressaste tua opinião de uma maneira foda. Parabéns.

    Agora, MINHAS opiniões.
    Não acho que Freud seja base para alguma coisa. As ideias dele sobre o subconsciente humano são muito legais, mas ele exagera. É como o átomo de Heráclito, antigo filósofo grego: ele disse que o átomo formava todas coisas, o que é correto, mas então temos a impressão de que ele se empolga com o assunto, pois começa a falar coisas como o "átomo da alma"... Pra mim, Freud é a mesma coisa: ele começa com uma conversa interessante, mas aí começa a exagerar.

    Sobre as reações químicas no cérebro, eu acho isso muito interessante. Mas você já parou para pensar em por que acontece as tais reações quando uma pessoa reza ou participa de qualquer outro ritual religioso? Este é o tipo de coisa que a ciência não consegue explicar. É a mesma coisa que dizer que o amor é pura química: realmente acontecem muitas reações no cérebro, liberação de feromônios etc, mas por que você sente mais atração por um de pessoa e não por outro? É, isso a ciência também ainda não sabe.

    Pra terminar, como já te disse uma vez: o ateísmo é anti-científico. Os ateus sempre tentam explicar os pensamentos através da ciência, sem ao menos perceber que o que eles dizem é ilógico. Afinal, qual a probabilidade do universo ter sido formado por pura e simples coincidência? O próprio Einstein já dizia: "Deus não joga dados". Traduzindo: nada é por acaso. Podemos também olhar para a moral humana. Como, desde o início da racionalidade humana, o ser humano sabe o que é certo e o que é errado? Termino meu comentário usando uma frase de Immanuel Kant: "É moralmente correto crer que Deus existe".

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